19 de maio de 2010

Termina em São Paulo a maior Virada Cultural já realizada na cidade

Terminou às 19h57 do domingo (16) a Virada Cultural 2010, sexta edição do megaevento anual que reuniu cerca de mil atrações - a maior parte delas gratuita - em São Paulo, principalmente no centro da cidade. O espetáculo Cantoria, com os músicos Geraldo Azevedo, Elomar, Xangai e Vital Farias, foi o último a começar na maratona, às 18h, no palco principal.

Em coletiva de imprensa realizada na tarde do domingo (16), os organizadores afirmaram que esta Virada iria bater o recorde de quatro milhões de pessoas que participaram do evento em 2009. A organização deve divulgar os dados de público da 6ª Virada na segunda-feira (17).

O aumento do público foi acompanhado pelo crescimento de 77% nos investimentos; neste ano, foram gastos R$ 8 milhões (R$ 5 milhões com cachês dos artistas que se apresentaram e R$ 3 milhões em infraestrutura, que compreende segurança, palcos, banheiros, esquemas de trânsito e coleta de lixo). No ano passado, o total gasto foi de R$ 4,5 milhões (R$ 2,5 milhões com artistas e R$ 2 milhões com infraestrutura).



Nesta edição, a única ocorrência grave registrada foi a morte de um rapaz de 17 anos devido a uma briga em um bar na av. São João, próximo ao palco do rock.

Apesar da falta de lixeiras, o esquema de limpeza foi bem mais eficiente, com garis recolhendo o lixo com frequência e maior número de banheiros químicos. Ao final desta Virada, a reportagem do R7 não presenciou acúmulo de lixo nem banheiros transbordando nos arredores do palco principal, e muitos garis já limpavam as ruas do circuito fazia tempo.

Nem as baixas temperaturas que atingiram a cidade nos últimos dias atrapalharam a maratona: desde sexta-feira (14), os termômetros pararam de baixar e o frio diminuiu, fazendo com que a temperatura na Virada ficasse por volta de 20º C.

De qualquer maneira, a cada edição a Virada Cultural se reafirma um dos eventos mais importantes e democráticos da capital paulista (e do Brasil), mas também confirma uma triste realidade: a grande maioria das pessoas que prestigia a Virada precisa de um evento dessa magnitude para ir ao centro de sua própria cidade. O lado positivo, porém triste, é que chegando lá elas percebem como o coração da metrópole (ainda) está abandonado e carente de investimentos.

Do samba ao heavy metal

A atração escalada para dar o pontapé inicial na Virada foi a dupla cubana Barbarito Torres e Ignácio Mazacote, do lendário Buena Vista Social Club. A apresentação começou às 18h22 no palco da praça Júlio Prestes, localizada no bairro Campos Elíseos, bem em frente à grandiosa Sala São Paulo. No palco principal do evento também tocaram Zélia Duncan, Céu, Living Colour, Instituto, Toquinho e uma banda cover do Abba, entre outros.

Na av. São João, próximo à praça da República e ao largo do Arouche, o palco voltado ao rock foi montado onde no ano passado ficava o palco principal do evento. A largada foi dada às 20h de sábado com a banda Grand Mothers - Re:invented, que já acompanhou Frank Zappa. Pitty (de pijamas), um show do CPM 22 interpretando Ramones, Raimundos e o grupo Titãs, que encerrou o evento neste domingo, foram outras atrações. Feras da música internacional também marcaram presença no local, como a banda da cantora Janis Joplin e o grupo L.A. Guns, que deu origem ao Guns N’ Roses.

Entre as novidades desta Virada houve o palco exclusivo para o reggae, montado na alameda Barão de Limeira (Campos Elíseos) e que teve atrações jamaicanas e brasileiras. A praça Roosevelt também teve um novo palco: o Dimensão Nerd, que ofereceu mesas de RPG, jogos de tabuleiro, batalhas medievais e desfile de fantasias temáticas e "cosplay".

Para quem curte algo mais “radical”, uma boa dica desta Virada foi o palco Tattoo, situado na galeria Prestes Maia, bem embaixo do viaduto do Chá. Lá, o público dançou ao som de muita música eletrônica, viu performances arrepiantes de suspensão corporal e tatuadores terminando suas obras.

Homenageado da vez, o sambista Adoniran Barbosa - que completaria cem anos em 2010 - não ganhou um palco, mas um trem. Junto ao projeto Trem das Onze - 100 anos de Adoniran Barbosa, visitantes puderam fazer o percurso Luz-Brás (em trens da CPTM) enquanto curtiam apresentações em homenagem ao principal nome do samba paulistano, das 23h às 11h.

E o samba não ficou só nos trilhos. O palco da praça da República recebeu nomes como Paulo Vanzolini, Nelson Sargento, Almir Guineto, Reinaldo e Jair Rodrigues, além de abrir espaço para o suíngue do samba-rock, com Elza Soares e Sandália de Prata e Max de Castro e Simoninha, com o Baile do Simonal.

O brega também foi bem representado. No palco Vieira de Carvalho, no Arouche, Arrigo Barnabé (que abriu o palco), Luís Caldas, Sidney Magal, Jerry Adriani, André Abujamra, Vanusa, Wanderléa e até Rita Cadillac, entre outros nomes, agitaram o enorme público que a cada ano cresce em frente ao "palco brega" do evento.

Além da diversidade de shows, intervenções urbanas e exposições artísticas estiveram presentes na Virada. Nos cinemas do Centro, sessões temáticas sobre Godzilla, musicais, lobisomens e filmes do festival de curtas foram exibidas. Em regiões diferentes, com uma programação bastante variada, as unidades do Sesc e do CEU também participaram da Virada Cultural, com shows e peças de teatro e dança.

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