22 de abril de 2010

Espetáculo do Circo de Todo Mundo relembra trajetória do grupo

Boas notícias da organização não governamental Circo de Todo Mundo: espetáculo inédito e casa nova. A quinta montagem do grupo artístico da entidade, Identidades, estreia nesta quinta à noite na lona recém-aberta no Bairro Oswaldo Barbosa Pena, em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte, que também marca a reinauguração do ponto de cultura Centro de Profissionalização Circo de Todo Mundo no local. A temporada vai de hoje a domingo e se repete de 22 a 25 deste mês.



Fundada em 1993 com o apoio do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, a ONG atende crianças, adolescentes e jovens em situação de risco social de Belo Horizonte e região, ajudando a reinseri-los em âmbito familiar e social por meio de variadas atividades lúdicas. “O elenco desse espetáculo é composto por 13 artistas, todos formados pela entidade. Uns já são professores”, conta Fábio Machado, diretor de Identidades, que assina o roteiro com Eid Ribeiro.

O espetáculo tem como foco a trajetória desse grupo. A própria história do Circo de Todo Mundo será revisitada em números circenses. Os 13 jovens artistas que se formaram nas oficinas da ONG e hoje recebem bolsas de auxílio para dedicarem-se exclusivamente ao grupo artístico são o fio condutor da montagem.

Valendo-se de técnicas variadas como malabares, acrobacias, clown, mímica, equilibrismo em arame, aéreos, diabolô, lira e canastilha, o espetáculo é dividido em 15 quadros e quatro partes, intituladas “Do sonho”, “Encontros”, “Dos dissabores e das conquistas” e “Da profissionalização.” A montagem segue em tom de denúncia e superação, encenando inclusive o despejo do Circo de Todo Mundo em 2008, depois de batalha judicial. Por fim, é retratada a recuperação da entidade, com a aquisição da lona atual em Nova Lima.

Entre um quadro e outro, projeções de vídeos produzidos pela Tanto Design complementam a narrativa, com depoimentos dos jovens, familiares e profissionais envolvidos no processo. Os cenários e os figurinos, criados por Eduardo Felix, passam a ideia do cotidiano urbano. No picadeiro, Carla dos Anjos, Diego dos Santos, Euler Batista, Felipe Zago, Fernanda Flores, Frederico Alves, Graziella Duarte, Guga, Helberth Bruno, Rair França, Raihane Barbosa, Roseane Correa e Tiago Coelho.

AUTONOMIA

“Quando me convidaram para a direção, fui bem aberto para ouvir o que queriam. O desejo era de que fosse algo bem teatral. Passamos por obras de Shakespeare, mas vimos que não era o que queríamos. Trabalhamos com vivências, memórias boas e ruins. São histórias de trabalho infantil e abuso sexual, por exemplo. Mostramos como o trabalho de superação perpetua objetivos para a vida futura de cada um”, observa ele.

Fábio sabe o que fala. Antes desse trabalho, já havia atuado como professor da entidade e assistente de direção e coordenador artístico do grupo nas peças anteriores – Na corda bamba (1999), Circulando (2000), Folias tropicais (2002) e Senta que o leão é manso (2003). “Esse grupo se transforma agora num grupo profissional e baseado num processo de autogestão, ainda que continue vinculado ao Circo de Todo Mundo. Ainda não tem nome, mas terá autonomia”, afirma ele.

Identidades
Espetáculo do Circo de Todo Mundo. De quinta ao dia 17 e de 22 a 24 deste mês, às 20h, e nos dias 18 e 25, às 18h, na lona aberta na Rua José Agostinho, 2.335, Bairro Oswaldo Barbosa Pena, em Nova Lima. Referência de ônibus: 3832 (Belo Horizonte/Nova Lima). Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada), à venda em Belo Horizonte (Rua Stela de Souza, 230, Sagrada Família); Nova Lima (no local do espetáculo e na Rua Groenlândia, 619, Jardim Canadá); e Betim (Av. Geraldo Campos, 432, Bandeirantes). Informações: (31) 3541-8694, (31) 2516-9530 e www.circodetodomundo.org.br

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