Segundo volume da série que compila apresentações clássicas do rei, este lançamento traz 15 músicas no período que vai do início do megaestrelato em 1956, ao início de sua agonia criativa e pessoal, em 1973. Além de divertido, é uma ilustração da trajetória de Elvis, tanto como gênio como quanto um caso trágico de desperdício de talento.
Sem extras, entrevistas ou maiores informações, o DVD deixa que as imagens falem por si. Em ordem cronológica, as apresentações dão a dimensão dos altos e baixos de uma carreira que, em pouco mais de duas décadas foi de um extremo de rebeldia e inovação a outro, de auto-paródia involuntária e conservadorismo.
A primeira fase, do Elvis roqueiro que chocava os Estados Unidos com seus movimentos pélvicos e música miscigenada, é felizmente a mais bem representada, com seis faixas, entre apresentações de TV e cenas de seus primeiros filmes. Para abrir, um fantástico teste de câmera em technicolor de março de 1956, em que o rei dubla "Blue Suede Shoes", demonstrando ao mesmo tempo carisma, segurança e ironia.
Em seguida temos apresentações na TV, interessantes pela energia extra e pelos arranjos enxutos das versões ao vivo, alem de "Treat Me Nice" e "Trouble", dos mais roqueiros filmes do rei: "Jailhouse Rock" (1957) e "King Creole" (1958), que mostram um Elvis ainda rebelde e musicalmente interessante, mas já na transição para a fase seguinte de sua carreira.
A partir da sétima faixa, passamos para a parte dedicada aos filmes de gosto duvidoso e à música pouco inspirada. Em sua pior fase antes da obesidade, Elvis se alterna entre o romantismo água com açucar e o kitsch temático, nas versões havaiana, em "Rock-a-Hula Baby", de "Blue Hawaii" (1961), e o latino-americano em "Bossa Nova Baby", de "Fun in Acapulco" (1962).
Para livrar o espectador da produção deprimente que veio a seguir, o DVD dá um salto até 1968 e o glorioso programa de TV "68 Comeback Special". Feito para recuperar sua dignidade, o show mostra o rei vestido de couro preto, acompanhado por integrantes de sua banda de apoio dos anos 50 num pequeno palco que reproduz uma roda de amigos tocando rock and roll em clima informal.
Também do "68 Comeback Special", há a balada "If I Can Dream", que marca o retorno à produção músical de qualidade. A performance épica faz juz a emocionante balada de protesto, influenciada pela soul music de Sam Cooke e pelas lutas pelos direitos civis.
Para terminar, o DVD traz três exemplos da última fase apresentável na carreira do rei do rock. Subestimado e taxado de brega, o Elvis do fim dos anos 60 e começo dos 70 mostrava na realidade vigor invejável e um repertório potente, como pode ser visto em "Don't Cry Daddy", do filme-concerto "The Way it is" (1970). Com a voz no auge e uma banda poderosa misturando soul, country e rock num caldeirão sulista, exceto pelo figurino tragicômico, não há nada aqui que desabone o legado de Presley.
E para acabar, a balada pseudo-gospel "An American Trilogy", do especial de TV "Aloha From Hawaii" (1973). Aqui, o ídolo dá adeus à dignidade e penetra na era de escuridão que marcaria seus últimos anos. Ainda dominando bem voz e o palco, Elvis já dá sinais do abuso de drogas psiquiátricas que tiraria sua vida quatro anos depois. (PEDRO CARVALHO)
Fonte
27 de janeiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
ELVIS não morreu!
posta mais dvd de shows, eu gosto muito também.
bjos!
Elvis não morre, ele esta numa ilha deserta com 10 virgens!
aa noa morre mesmo, nem eu!! hehe, belo post!!!
Postar um comentário